Perda Auditiva
Todos os sons e barulhos que nos cercam têm duas características principais: o volume e a frequência.
Volume é uma característica do som fácil de entender. Todos nós estamos acostumados a aumentar ou diminuir o volume da televisão e sabemos de que forma isso modifica o som que escutamos: ele fica mais alto ou mais baixo. O volume é a intensidade do som. Ele é medido em uma unidade chamada Decibel (dB). A televisão de nossa casa costuma emitir sons na intensidade entre 20 e 40 decibel (o certo é usar a palavra "decibel" assim mesmo, no singular). O motor de um automóvel pode emitir sons em torno de 80 dB, enquanto a turbina de um avião pode chegar a 120 dB. É interessante notar que a escala de decibel é logarítmica. Isso significa dizer que um som de 40 dB não é duas vezes mais alto que um som de 20 dB, mas sim 100 vezes mais alto.
O que pouca gente sabe é que um som de 0 (zero) dB não é exatamente ausência de som ou silêncio. Na verdade 0 dB é a menor intensidade sonora que a média da população adulta e jovem, sem problemas auditivos, consegue ouvir. Portanto, existem pessoas que escutam sons de -5 e até -10 decibel.
A segunda característica importante do som é a frequência. Essa é um pouco mais complicada de entender porque não está tão presente no nosso dia-a-dia. A frequência do som diz respeito ao "tom" da voz ou do som, que pode ser mais agudo ou mais grave. Algumas pessoas diriam sons mais finos e mais grossos. Um som de frequência mais alta é um som bem fino, como a voz da mulher, o alarme do relógio, etc. Já o som de frequência baixa é um som mais grave, como a voz do Luciano Pavarotti.
E por que isso é importante? Porque quando temos alguma deficiência na audição (perda de audição) ela quase sempre é de graus diferentes para cada frequência sonora. Isso significa dizer que pessoas com perda auditiva podem ter mais facilidade para escutar sons de determinada faixa de frequência (mais graves, por exemplo) e maior dificuldade para escutar sons de outras frequências (como os mais agudos).
Como saber se eu tenho perda auditiva e qual o tipo da minha perda ?
Através de um exame chamado audiometria ou teste de audição. O objetivo básico da audiometria é descobrir qual a intensidade sonora (volume) mínimo que aquela pessoa é capaz de ouvir para cada faixa de frequência (além de obter algumas outras informações importantes).
Normalmente são testados sons que vão da frequência de 250 Hz (som grave) até 8000 Hz (som agudo). Como já dissemos, um jovem de audição normal consegue ouvir sons em um volume de até 0 dB em todas essas frequências, mas uma audição que identifique sons até 20 dB ainda é considerada normal. O ouvido que necessita de sons acima de 20 dB para conseguir ouvir tem algum grau de perda auditiva. Isso é testado para cada faixa de frequência sonora.
Sendo assim, a audiometria nos dará um gráfico com o volume mínimo percebido pelo paciente em cada faixa de frequência para as duas orelhas.
De quantos por cento é a minha perda auditiva ? Quantos por cento de audição me resta ?
Êta perguntinha difícil
de responder. Isso porque o paciente quer que o médico lhe dê uma porcentagem:
"O senhor tem apenas 20% da audição no ouvido esquerdo e 50% no ouvido direito".
Só que isso é impossível porque, como já dissemos, a perda auditiva varia para
cada faixa de frequência, isto é, o paciente pode ter, por exemplo, uma audição
normal para frequências graves e uma perda quase total para sons de frequência
mais alta.
O que fazer para melhorar minha audição ?
Depende do tipo de perda auditiva. Existem perdas de audição que são causadas por problemas na membrana do tímpano (normalmente causados por otites crônicas) ou nos ossículos que ficam atrás da membrana (martelo, bigorna e estribo). Nestes casos uma cirurgia pode recuperar a audição.
Em outros casos a perda auditiva ocorre por uma degeneração da orelha interna. Aí pode ser o caso de usar um aparelho auditivo ou ainda, em caso de surdez dos dois ouvidos, um implante coclear.
Consulte seu otorrino e veja qual a opção certa para o seu caso.
Área Da Criança
Problemas otorrinolaringológicos são mais comuns na infância: