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Meu bebê não passou no teste da orelhinha. Ele/Ela precisa fazer um implante coclear o mais rápido possível ?
Calma. Se seu bebê não passou no teste da orelhinha, do que ele mais precisa é de ACOMPANHAMENTO, tanto por parte de um otorrinolaringologista quanto também por uma fonoaudióloga e um pediatra. Outros testes serão necessários, muitas vezes feitos mais de uma vez, para se chegar a conclusão se a criança realmente não escuta.
O diagnóstico de surdez em um bebê não pode ser feito com um ou mesmo dois exames. Mesmo se seu bebê tiver feito o BERA (outro tipo de exame mais detalhado que o teste da orelhinha) depois do teste da orelhinha e esse também não mostrar resposta, ainda assim não é certo que o bebê não escute e precise de um implante coclear. Isso porque o sistema nervoso central do bebê ainda é imaturo e às vezes "engana" os exames. Portanto é preciso juntar teste das orelhinha, BERA e audiometria comportamental (exame em que a fonoaudióloga usa a fala, instrumentos musicais e brinquedos para avaliar a resposta da criança), todos eles realizados mais de uma vez com intervalo de pelo menos 6 meses, para se ter uma certeza razoável que a criança não escuta.
Outra coisa que precisa ser considerada é que não se trata de uma resposta de sim ou não, ou seja, a criança ESCUTA ou NÃO ESCUTA. Existem perdas de audição PARCIAIS entre uma coisa e outra. A criança pode escutar, mas não 100%. E nesses casos há que se definir se seria melhor se a criança usasse um aparelho auditivo convencional ou um implante coclear. Isso leva algum tempo de avaliação. Aliás, na prática, toda criança candidata a implante coclear deve usar aparelho auditivo convencional por alguns meses justamente para se avaliar o que seria melhor. Mesmo que o aparelho auditivo convencional não a ajude muito a criança a ouvir melhor, ainda assim terá sido útil para acostumá-la a usar algo atrás da orelha, pois o implante coclear também possui um componente que fica atrás da orelha da criança.
Por isso dizemos que o diagnóstico de surdez é algo que vai se consolidando aos poucos ao longo do tempo. Em uma criança bem acompanhada, normalmente há como se ter certeza razoável se a criança escuta ou não quando ela atinge um ano de idade (no mais tardar 1 ano e meio). E é justamente nessa época que, se for o caso, a criança deverá receber o implante coclear.
Isso não significa dizer que não há nada a fazer até essa idade. Muito pelo contrário. É preciso acompanhar, reavaliar e estimular o bebê desde o teste da orelhina até uma eventual indicação cirúrgica.
Então podemos esperar a criança ficar mais velha para decidir sobre o implante coclear?
NÃO. Deve-se esperar apenas até se ter certeza que a criança realmente não escuta e precisa de um implante. Não mais que isso. Isso porque o resultado do implante é muito melhor se a criança é implantada ANTES DOS DOIS ANOS DE IDADE, e vai piorando a medida que o tempo passa a partir daí. Sendo assim, existe uma certa pressa
Só percebemos que nosso(a) filho(a) não escuta depois de dois anos de idade. Ou ainda, apesar de termos percebido que a criança era surda, não tínhamos conhecimento ou condições financeiras de buscar tratamento. Ainda há o que fazer? Ele(a) ainda é um candidato(a) ao implante coclear?
Sim, embora o resultado do implante coclear não seja tão bom quando comparado a crianças implantadas antes dos dois anos.
A criança que nasceu surda e é implantada antes dos dois anos, desde que faça treinamento e fonoterapia adequados após a cirurgia, consegue ter uma vida normal. Aprende a falar, pode ter desempenho normal na escola e consegue até falar ao telefone. Já crianças que nascem surdas e são implantadas após os dois anos de idade, embora ainda possam ter benefício, os resultados quanto a capacidede de compreensão da fala pode não ser tão bom. É preciso avaliar cada caso e conversar com os pais para que eles tenham expectativas realistas do que podem esperar de resultado do implante coclear.
E sempre vale lembrar que o treinamento (fonoterapia) ao longo de vários anos após a cirurgia é fundamental para que essa criança tenha qualquer benefício.
Meu filho(a) já tem bem mais do que 2 anos. Ele(a) não é completamente surdo(a), mas tem uma perda auditiva e o aparelho auditivo convencional o(a) está ajudando muito pouco agora. Ele(a) é candidato(a) a um implante coclear?
Possivelmente sim. Esse é um grupo de pacientes diferente do que já falamos até agora: o das crianças que não são completamente surdas. Nestes casos aquela regra de resultados não tão bons após os 2 anos não é necessariamente verdadeira.
Neste grupo de pacientes é importante que a criança seja oralizada antes do implante, ou seja, que procure utilizar a linguagem falada (emitir sons) para se comunicar e que procure entender a linguagem oral (mesmo que com auxílio de leitura labial), da melhor forma que puder. Quanto mais oralizada a criança nesse caso, melhor o resultado do implante coclear após a cirurgia (sempre lembrando da necessidade de anos de treinamento e fonoterapia após o implante).
Para informações sobre indicações de implante coclear em adultos e adolescentes, veja aqui.
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