Chegou a hora de operar
Antes do dia da cirurgia:
Tire suas dúvidas
Se você ainda tem alguma dúvida sobre a cirurgia que vai fazer, ligue para o seu médico e esclareça antes do dia da cirurgia. Não é recomendável dormir na véspera com questionamentos sem resposta.
Vá dormir cedo. Você vai operar no dia seguinte e precisa descansar
Mesmo que você ache que vai ter alguma dificuldade para dormir, deite-se cedo. Veja TV ou leia algo, mas ficar na rua até tarde na véspera de uma cirurgia, nem pensar. O mesmo vale para o seu médico :-)
Preste atenção no jejum para a cirurgia
Se você vai operar no outro dia pela manhã, seu jejum começa por volta das 22 horas da véspera. Até esse horário, você pode jantar normalmente. A partir daí, você NÃO DEVE COMER NEM BEBER MAIS NADA, até depois da cirurgia. Nem mesmo um copinho d´água, suco ou cafezinho. NADA MESMO.
A única exceção se faz para tomar dois dedos de água para
engolir o comprimido da medicação que você toma regularmente, se for o caso.
Repetindo: se você toma medicação para pressão alta, diabetes ou qualquer outra
doença crônica, você DEVE tomá-la normalmente, MESMO NO DIA DA CIRURGIA (com o
mínimo de água possível), a não ser que seu médico tenha lhe dado uma orientação
expressa em contrário.
Se você for operar à tarde, dependendo do horário, você pode tomar um suco ou uma vitamina cedo pela manhã (8 horas antes), começando o jejum completo a partir de então.
No dia da cirurgia:
Chegue cedo ao hospital
Chegue sempre com uma hora e meia de antecedência em relação ao horário marcado para a cirurgia. Será preciso passar pelos trâmites burocráticos da internação, chegar ao quarto do hospital, trocar de roupa. Isso demanda algum tempo, sem falar em possíveis imprevistos.
Leve todos os exames pré-operatórios para o Hospital
O anestesista deve querer ver seus exames e o cirurgião pode querer ter a tomografia na sala cirúrgica. Por precaução, leve tudo .
Não entre no centro cirúrgico de calcinha ou cueca
Não se preocupe. Seu otorrinolaringologista não pretende operar "nessa área" :-). Mas é que em grande parte das cirurgias otorrinolaringológicas utiliza-se um bisturi elétrico e a condução da eletricidade pelo corpo pode causar queimaduras nos locais onde haja metal ou nylon. Por causa do fio de nylon das cuecas e calcinhas, pode ocorrer queimaduras nas virilhas se estas não forem removidas.
Mesmo que você esteja menstruada, deve retirar a calcinha (pode-se utilizar uma compressa cirúrgica entre as pernas nestes casos até o fim da cirurgia).
O mesmo serve, naturalmente, para relógios, cordões, pulseiras, anéis e alianças.
Os aparelhos dentários fixos NÃO SÃO problema. Os móveis devem ser removidos.
Avise aos seus familiares do tempo de cirurgia
Seu médico deve ter lhe dado uma estimativa da duração da cirurgia. Pegue esta estimativa, DOBRE O TEMPO e então informe a quem estiver lhe acompanhando no hospital que este deve ser o tempo que vai demorar entre você sair do quarto para operar e voltar para lá. Isto porque você deve somar ao tempo da cirurgia o tempo de induzir e acordar da anestesia, bem como o tempo em que você ficará na recuperação da anestesia até estar bem acordado para descer para o quarto. Sem essa informação, seus familiares ficarão mais ansiosos, sem entender o por quê da demora.
Por outro lado, se ainda estivermos dentro desse período de tempo previsto, peça aos seus familiares que resistam à tentação de pedir para ligar para o centro cirúrgico (ou mesmo para o celular do médico) só para perguntar se está correndo tudo bem. Nós compreendemos a ansiedade e a preocupação daqueles que lhe estimam, mas pedimos um pouco de paciência para não perturbar a cirurgia.
Assim que for possível o cirurgião dará notícias.
Apenas o paciente (adulto) entra no centro cirúrgico
Não é permitido que familiares e demais acompanhantes entrem no centro cirúrgico para acompanhar a cirurgia. Dentre os vários motivos para essa norma, está o fato do centro cirúrgico ser um ambiente cheio de regras próprias (em sua maioria para evitar contaminações), que demoram algum tempo para se aprender. A presença de um leigo aumenta os riscos de contaminação de materiais e pessoas de forma desnecessária. Além disso, as pessoas podem ter reações inesperadas quando confrontadas com situações fora de sua rotina (como uma cirurgia de um parente ou amigo) e as atenções de toda a equipe devem estar voltadas exclusivamente para o paciente e não para o acompanhante.
Exceções podem ser feitas para médicos e outros profissionais de saúde que tenham treinamento em cirurgia.
No caso de crianças, um dos pais entrará no centro cirúrgico e permanecerá até ela adormecer, quando então se retira e aguarda no quarto o fim do procedimento. Quando a criança acordar, os pais serão avisados para que fiquem com a criança na recuperação pós-anestésica.
Dr. Krishnamurti Sarmento Junior
- Médico formado há 20 anos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Otorrinolaringologista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Pós-Graduado em microcirurgia pela Universidade de Zurich - Suiça.
- Mestre em Cirurgia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
- Doutor em Medicina pela Universidade de Brasília - UnB.
- Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia da Policlínica da PMDF.
- Membro titular da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia.